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Garantindo igualdade: licença de adoção

A adoção é um ato de amor e responsabilidade que proporciona a crianças e adolescentes a oportunidade de crescer em um ambiente familiar. No Brasil, além dos desafios emocionais envolvidos na adoção, há também questões legais relacionadas à licença de adoção, que asseguram aos pais adotivos direitos similares aos dos pais biológicos. Neste artigo, abordaremos diversos aspectos dessa licença, desde quem pode solicitá-la até possíveis benefícios financeiros.

Como funciona atualmente a licença de adoção para maternidade e paternidade não
biológica

O que é a licença de adoção

A licença de adoção é um direito concedido aos pais adotivos, garantindo-lhes um período de afastamento do trabalho, enquanto recebem seus salários normalmente, para se dedicarem à chegada e adaptação da criança ao novo lar. Essa licença visa promover uma transição suave, reconhecendo a importância desse momento crucial na vida da família.

Quem pode solicitar? Ambos os pais têm direito?

Tanto a mãe quanto o pai adotivo têm direito à licença de adoção, da mesma forma que pais biológicos, sendo, porém, a licença da mãe um período mais extenso. A licença dos pais, sejam biológicos ou não, é de até 5 dias úteis. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2016, foi fundamental para garantir que não haja diferenciação entre a licença-maternidade concedida à mãe biológica e à mãe adotante. Ambos têm direito a, no mínimo, 120 dias.

Duração de licença adotante (período de afastamento)

Anteriormente, o período de licença variava de 30 a 120 dias, dependendo da idade da criança adotada. Contudo, após a decisão do STF, todos os pais adotivos têm direito a, no mínimo, 120 dias, independentemente da idade da criança. Essa uniformização do período de afastamento reflete a compreensão de que o processo de adaptação não é determinado pela idade da criança, mas sim pelas necessidades específicas de cada família.

Diferença entre a licença de adoção para servidores públicos e do setor privado

A diferença entre a licença maternidade/paternidade adotiva para servidores públicos e do setor privado pode envolver a duração da licença. Enquanto a legislação trabalhista prevê o mesmo período para ambos, no serviço público, as regras podem variar entre 120 e 180 dias, dependendo da idade da criança adotada. Essa variação destaca a complexidade da legislação e a necessidade de os pais adotivos estarem cientes das especificidades que se aplicam ao seu contexto profissional.


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Atualizações recentes na legislação brasileira

Uma mudança significativa ocorreu em setembro de 2022, quando o STF, alinhado com a Agenda 2030 da ONU, invalidou o artigo 3º da Lei 13.109/2015, que estabelecia prazos diferentes para mães adotantes e biológicas nas Forças Armadas. A decisão reforçou o princípio de igualdade e prioridade ao interesse da criança. Essa decisão do STF marcou um avanço significativo na busca pela igualdade de direitos, reconhecendo que o vínculo entre pais adotivos e crianças merece o mesmo respeito e cuidado que o vínculo biológico.

Como solicitar licença de adoção

A solicitação da licença à adotante no Brasil deve ser feita antes da chegada da criança, e os procedimentos podem variar entre órgãos públicos e empresas privadas. Geralmente, é necessário apresentar documentação que comprove o processo de adoção, como a guarda provisória. A antecipação na solicitação é fundamental para garantir que os trâmites burocráticos não atrasem o afastamento planejado.


Vale ressaltar que os direitos de licença de adoção, embora assegurem o afastamento do trabalho, não implicam benefícios financeiros diretamente ligados a ela. Ou seja, o cidadão em licença recebe seu salário normalmente, mesmo que no período de afastamento, mas não recebe qualquer outro tipo de apoio financeiro extra

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Garantindo direitos e equidade

A licença de adoção no Brasil é um avanço legal nos direitos trabalhistas que reconhece a importância do período pós-adotivo para a construção de laços familiares saudáveis. As decisões do STF e as atualizações na legislação refletem o compromisso em promover a igualdade de direitos entre pais biológicos e adotivos, destacando o princípio do interesse superior da criança.

Nesse contexto, a licença de adoção não é apenas um afastamento do trabalho, mas um meio de proporcionar um ambiente acolhedor e adaptativo para as crianças que encontram um novo lar por meio da adoção. A contínua evolução da legislação revela a dedicação do país em garantir que cada criança tenha a oportunidade de crescer em um ambiente amoroso, independentemente de sua origem.